Detalhes do projeto SGP 2024

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Cerrado "stricto sensu" versus ecótono Cerrado-Floresta Amazônica: composição, riqueza e diversidade de himenópteros parasitoides (Insecta, Hymenoptera)

Coordenador(a): Nelson Wanderley Perioto

Vigência do projeto

01/03/2017 até 28/02/2022

Unidade responsável

IB, Centro Avançado de Pesquisa em Proteção de Plantas e Saúde Animal

Área Estratégica

sustentabilidade ambiental

Linha de Pesquisa

Biodiversidade

 

O Brasil é um dos países com maior biodiversidade do planeta e sua perda é um dos grandes problemas ambientais da atualidade. A necessidade de exploração dos recursos naturais com vistas ao desenvolvimento do país tem levado à fragmentação de grandes áreas dos ecossistemas brasileiros, muitos dos quais transformados em pequenas manchas remanescentes, com conseqüências negativas para a biota como as mudanças climáticas que podem gerar mais perdas de biodiversidade. As áreas naturais da região Sudeste brasileira são formadas basicamente pelos biomas Mata Atlântica e Cerrado, cujas importâncias foram recentemente reconhecidas com suas inclusões na lista de hotspots. Apesar de a fragmentação de áreas naturais ser responsável pelo desaparecimento de muitas espécies, muitas das quais sem sequer serem conhecidas, parte da biodiversidade original ainda está presente nos fragmentos remanescentes. Os insetos compreendem mais da metade de todos os organismos vivos descritos e muitos ainda estão por serem descobertos. Considera-se inseto parasitóide aquele cuja larva se desenvolve alimentando-se dentro ou junto a um hospedeiro artrópode que, na maioria das vezes, é morto com o desenvolvimento da larva parasitoide. No aspecto econômico, os himenópteros parasitóides incluem muitas espécies utilizadas em programas de controle biológico em ecossistemas agrícolas tropicais e subtropicais.

Esta proposta tem por objetivos: comparar a fauna de himenópteros parasitoides de duas áreas core de Cerrado stricto sensu, localizadas nos Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Grande Sertão Veredas, nos municípios de Alto Paraíso, Goiás e Chapada Gaúcha, Minas Gerais com uma área de ecótono Cerrado-Floresta Amazônica localizada na Ilha de Maracá, Roraima; reunir esforços para consolidar informações a respeito da diversidade biológica do Cerrado e identificar lacunas do conhecimento; aplicar métodos de análise filogenética e biogeográfica para estudar a congruência entre os padrões de diferentes grupos taxonômicos; disponibilizar a informação obtida para públicos de diferentes níveis de interesse nos insetos ou em conservação; identificar áreas e ações prioritárias para a conservação; contribuir para a avaliação da utilização e de alternativas para uso dos recursos naturais compatíveis com a conservação da biodiversidade e, promover a conscientização e participação da comunidade na conservação da biodiversidade do Cerrado.

Esta proposta pretende reunir especialistas em estudos taxonômicos e sistemáticos de diferentes grupos de Hymenoptera, um dos grupos de insetos mega diversos nos ecossistemas terrestres. Os pesquisadores participantes formam um grupo coeso, experiente e com histórico de participação conjunta em projetos anteriores, de forma que suas experiências prévias em pesquisa permitem antever que haverá importante incremento para o conhecimento da biodiversidade das áreas estudadas: esses pesquisadores, em projetos anteriores, descobriram número expressivo de novos táxons, inclusive gêneros, o que demonstra a necessidade da continuidade nessa linha de trabalho.

É outra importante ação desta proposta de pesquisa ampliar o acervo testemunho da riqueza biológica de áreas de cerrados, ambiente perigosamente ameaçado por ações antrópicas.

Com aproximadamente dois milhões de km2 - cerca de 20% do território nacional - (Carvalho, 1987) o Cerrado é o segundo maior bioma do país; ocorre latitudinalmente do Amapá e Roraima ao Paraná e, no sentido das longitudes, do Sergipe a de encraves na floresta amazônica; é a savana mais biodiversa do mundo (Coutinho, s.d.p.) e, por isso foi incluso na lista das regiões biologicamente ricas em espécies endêmicas e com grande perda de habitat (Myers et al., 2000); sua vegetação vem sofrendo intenso antropismo devido à expansão da fronteira agrícola, que converteu em pastagens cultivadas e lavouras diversas cerca de 50% de sua área (Coutinho, s.d.p.) e transformou o bioma em ilhas isoladas. Somente cerca de 3% de sua extensão original estão protegidos em parques e reservas federais ou estaduais (Conservation International, s.d.p).

Em virtude da rapidez de sua devastação, é premente a necessidade de estudos a respeito de sua composição faunística e a ampliação do número de exemplares depositados em coleções biológicas, de forma a documentar e retratar o mais fielmente possível sua fauna.

As florestas tropicais tem prioridades nos planos mundiais de conservação (Joly, 1999) mas são poucas as publicações científicas sobre levantamentos faunísticos de artrópodes, cuja fauna nos Cerrados é diversa, desconhecida e com grande número de espécies endêmicas.

As amostragens serão realizadas durante dois anos consecutivos, em duas áreas core de Cerrado stricto sensu, localizadas nos Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Grande Sertão Veredas, nos municípios de Alto Paraíso, Goiás e Chapada Gaúcha, Minas Gerais com outra área de ecótono Cerrado-Floresta Amazônica localizada na Ilha de Maracá, Roraima. Serão utilizadas cinco armadilhas Malaise, com troca do frasco coletor a cada 15 dias (3650 dias/armadilha/localidade); a cada três meses serão utilizadas 300 armadilhas de Moericke ativas por 48 horas (1600 dias/armadilha/localidade), três armadilhas luminosas modelo Jermy (lâmpadas fluorescentes, de cor branca, de 40 W, controladas por fotocélulas e alimentadas por gerador), adaptadas daquelas descritas por Szentkiralyi (2002), que permaneceram ativas por duas noites (24 horas)/estação do ano (48 noites/armadilha/localidade de coleta) e varredura da vegetação (duas horas de varredura em 24 ciclos de 5 minutos cada, desconsiderando-se o tempo necessário para a remoção dos insetos e detritos da rede), o que totalizará 16 horas/localidade de coleta.

Os locais de coleta serão georeferenciados e, quando possível, serão obtidos registros de temperaturas máxima, mínima e média, umidade relativa e precipitação.

Os himenópteros serão triados e separados em superfamílias no Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Parasitoides e Predadores, do Instituto Biológico em Ribeirão Preto, conservados em ETOH a 100% e encaminhados aos demais especialistas participantes do projeto. Serão objeto de estudo as espécies de Ichneumonoidea, Chalcidoidea e Bethylidae.

O material obtido será incorporado às coleções entomológicas do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade Federal de São Carlos (DCBU), em São Carlos, SP; do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP) em São Paulo, SP; da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e do Instituto Biológico em Ribeirão Preto (LRRP) e em Campinas, SP. Os grupos não estudados serão mantidos em meio líquido, sob refrigeração, nas coleções do DCBU, LRRP e MZSP e disponíveis para estudo.

 

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